domingo, 7 de agosto de 2011

Quem discrimina e não conhece a profissão não merece o seu voto

por Celso Vicenzi*

A Chapa 1 dos Jornalistas/SC, há seis anos na direção do Sindicato e querendo ficar mais três – fato inédito nos últimos 25 anos – tem disseminado, por meio de simpatizantes, a ideia de que é uma “Chapa Sem Patrão”. Ou seja, faz uma acusação leviana à Chapa 2. É argumento típico de quem não ousa fazer o debate político e prefere disseminar preconceito e desinformação.

Primeiro: se houvesse algum patrão na Chapa 2, ela teria sido impugnada, porque o estatuto impede. Portanto, estão mentindo.

Segundo: uma chapa que não sabe distinguir quem é patrão e quem é jornalista, não merece liderar a categoria. Há uma diferença entre ser autônomo ou ter eventualmente uma microempresa de comunicação – porque nem todos querem ou podem trabalhar numa redação – e ser rotulado de “patrão”, discriminado, como se não fosse um simples trabalhador a prestar serviços para outras empresas.

Terceiro: o argumento é preconceituoso, porque tenta segregar profissionais que exercem legitimamente a profissão, embora não estejam numa redação. Ou será que a Chapa 1 não consegue perceber as mudanças que ocorreram no mercado e que obrigaram centenas de jornalistas a buscar formas autônomas de sobreviver na profissão?

Quarto: a Chapa 2 é plural, não apenas politicamente – e aí já é outra coisa que nos diferencia – como também representa vários segmentos da profissão: das redações, das assessorias de imprensa (partidos, sindicatos, empresas etc.), free lancer, autônomos, editores de jornais de segmentos específicos, colunistas, toda a multiplicidade de funções e exercícios da profissão.

Quinto: vários jornalistas hoje são autônomos ou se associaram a outros jornalistas para criar microempresas de comunicação, que nada mais são do que trabalhadores prestando serviços a outras empresas, pela obrigação de ter que fornecer nota fiscal, sendo remunerados por trabalhos que executam (jornais, livros, folhetos, vídeos, internet, fotos, assessoria de eventos etc).

Confundir isso com os verdadeiros patrões é não conhecer a realidade da nossa categoria e tentar desqualificar pessoas que exercem a profissão com dignidade.

Por isso, não aceite preconceito, mentiras e discriminação. Somos todos jornalistas. E queremos um Sindicato que nos respeite, não importa onde estejamos exercendo a profissão.


*Celso Vicenzi é jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas/SC, assessor de imprensa, colunista e que, como todo jornalista, “se vira nos 30” (“no meu caso, nos cinquenta... e três anos, para sobreviver com dignidade na profissão”).

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