terça-feira, 23 de agosto de 2011

Esqueceram da OTAN

Curiosa a carta aberta distribuída na madrugada desta terça-feira (23) pela chapa do continuísmo para o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC). Nela há um recurso retórico muito comum entre os políticos que é o de desviar a atenção de uma denúncia séria para um elemento secundário.

De repente, não mais que de repente, a chapa que defende um TERCEIRO mandato consecutivo para o mesmo presidente acha que solicitar ISONOMIA no tratamento no noticiário produzido pelo Sindicato é censura. Pior, pedir EQUILÍBRIO na cobertura da eleição é, pra eles, censura prévia. Diga-se de passagem, que apenas recorreu-se à Justiça depois de vários exemplos de manipulação, omissão e tendenciosismo nas matérias relativas ao processo eleitoral. A própria assessora de imprensa da entidade, que tem o salário pago por todos os associados, e por essa razão deveria pelo menos comportar-se com uma recomendável isenção, não esconde de ninguém, especialmente nas redes sociais, sua opção eleitoral.

Os patrões reagiram da mesma forma truculenta quando os jornalistas apresentaram a proposta de constituir um Conselho Federal dos Jornalistas, em 2004. Até mesmo a exigência de uma formação universitária específica para o exercício do Jornalismo é identificada como censura pelo baronato da mídia. Para uma certa elite brasileira, exigir regulação e compostura é sempre relacionado com controle e censura. Não cola mais!

Mas ao procurar canhestramente desviar o assunto, a atual diretoria do Sindicato e a Chapa 1 propositadamente evitam responder aos questionamentos que de fato motivaram o recurso à Justiça, que até o momento só se manifestou liminarmente:

1 - Por que o Sindicato incluiu na lista de associados no dia 10 de junho (dia da assembleia que elegeu a comissão eleitoral) uma jornalista que não era regularmente sindicalizada? Aliás, sequer era registrada no Ministério do Trabalho. A oposição tem provas da falsidade ideológica. E porque permitiu que outra pessoa que sequer constava da lista de associados votasse?

2 - Por que o Sindicato insiste tanto em fazer a eleição exclusivamente pela internet – e inclusive “definiu” tal processo antes mesmo de consultar a categoria na assembleia do dia 10 de junho - quando todos os principais especialistas não aconselham o processo por motivos de segurança?

3 - Por que o Sindicato não realizou um processo licitatório para escolher a empresa para organizar o sistema de votação na web e impôs a mesma empresa que já presta serviços para a Entidade há anos?

4 - Por que o Sindicato não aceita a auditoria do Laboratório de Segurança em Computação da UFSC?

5 - Por que o Sindicato adotou critérios diferenciados para cobrar mensalidades atrasadas dos sócios? Há eleitor que não paga desde 2008. A oposição tem provas.

6 - Por que a Chapa 1 inclui entre “seus” candidatos, nomes para assumirem delegacias sindicais (situação não prevista no estatuto), inclusive jornalistas que não são sindicalizados?

7 - Por que o candidato ao TERCEIRO mandato na presidência não se licenciou do cargo para fazer a campanha para permanecer na presidência NOVE anos?

Todas essas respostas podem ser encaminhadas também para a ABI, OAB, FENAJ, FIJ e se quiserem, até mesmo pra OTAN. Mas seria de bom tom se, no mínimo, essas questões fossem respondidas com seriedade à categoria.

Sérgio Murillo de Andrade, Vera Gasparetto e Leonel Camasão, jornalistas, à espera das respostas do nosso Sindicato

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